terça-feira, 13 de julho de 2010

Santidade dos céus


Eu a vejo lá no alto. É muito alto, ela é apenas silhueta. Posso sentir o vento defrontando seu corpo. Que vento forte!

Vinte andares, arranha-céu. Ela linda, vestido branco, cabelos castanhos. Cabelos que dançam conforme a canção do vento, do vento lá no alto. Parapeito, braços abertos, janela aberta.

Silhueta. Braços abertos, no parapeito. Eu a vejo, bela donzela. Olhos fechados a espera de uma queda. Esperando por ajuda, por uma voz, por uma chance.

Ela tem medo? Menina mulher, braços abertos, vento, vestido, amor, pensamento. Ela tem medo?

Sim, mas não grita. Teme, mas não chora.

Posso salvá-la? Posso amá-la, reconquistá-la? Posso, sei que posso. Posso, sei que vou. E vou, vou amá-la. Sim, vou salvá-la. Nunca deixá-la, nunca, por nada.

Eu grito seu nome, grito em fantasia. Grito e aflito invoco sua atenção.
Ela me olha, ela me quer. Ela me ouve.

Não sou perfeito, sou um amante, apenas um elo entre a beleza e a pureza.

Grito seu nome, ela escuta. Grito em pensamento, em voz, em luta.

Pula que te quero bem. Pula que te quero bem. Pula, meu amor sincero.

E ela me ouve, linda donzela. Ela me ouve, pois me quer. E a queda, sem esforço, e a queda sem esforço, transforma-se em sonho real. O vestido branco, como pára-quedas. Como um pára-quedas inoperante.

E despedaça, e se desmembra, e sua cabeça e pernas se corrompem em explosão em tom de magia. Encontro de carne e chão, vento e sangue.

Pula, minha elfa, que te quero bem.

Petardo Chantelle

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