terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fugere Realitas


Te tenho em meus braços
Só minha, sozinha
Repousada em meu colo
Tão leve, tão linda

Te cubro de paz, de silêncio, calor
Liberto meu peito, esqueço meu ego
Me basta nós dois, só nós dois

E esqueço de tudo, de todos, do tempo
Me esqueço da dor de sentir-me vazio
Sou seu, entregue, sereno cordeiro
Perdido em um mar pacífico, flutuo

E a tempestade vem, chuva negra gelada
Trazendo em seu seio a realidade amarga

Sufoco meu instinto, paro
Sufoco o sentimento, recuo
E a realidade, como um trem-de-ferro, atropela a ilusão
E a ilusão luta, em vão

Desperto, volto a mim
Pálido, me deito, nas correntes ásperas, tão reais
E em um silencioso choro, peço

Pra que um dia não mais haja tempestade
Mas somente a eternidade da ilusão
O teu abraço, para sempre, a ocupar-me o espaço
E o teu sorriso, livre de fardos, a encorajar o meu.

Sheik Band-Aid

2 comentários:

  1. Que texto bonito, arrancou-me um suspiro e um leve sorriso...
    A fantasia é sempre necessaria meu caro, precisamos dela pra sobreviver a fenda!

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